segunda-feira, 28 de março de 2011

Avaliar é comparar - Sobre a Força, o capitalismo e a competição.

a.va.li.a.ção
  1. prova
  2. verificação
  3. ato de avaliar
  4. valor determinado pelos avaliadores
  5. estabelecimento do valor de algo, cálculo
                                                              Fonte: Dicionário Rápido   

a.va.li.ar 
  1. (transitivo)
    1. determinar o valor de
    2. determinar a valia de
    3. reconhecer a força de
                                                              Fonte: Dicionário Rápido      


                Achei muito interessante esse terceiro significado da palavra avaliar: Reconhecer força. Fiquei pensando que, se for assim, toda vez que vamos avaliar alguém, vamos reconhecer qual a força dessa pessoa, não é verdade?


               Mas o que é força? O Santo Wikipédia, define Força como: aquilo que pode alterar o estado de repouso ou de movimento de um corpo, ou de deformá-lo. Claro, esse é uma definição da Física Clássica mas acho que pode ser aplicada de maneira filosófica. 



Exemplo1: Você tem dá um murro na parede e acaba quebrando a mão. Esqueça as formulas e responda rápido: Quem é mais forte? A parede não alterou o estado de movimento da minha mão? Então a parede é mais forte. 


Exemplo 2: Você tem um giz e com ele risca uma louza: Quem é mais forte? O giz não se deformou de sua forma original quando em atrito com a louza? Então a louza é mais forte pois não se mexeu nem se alterou quando o giz entrou em contato com ela. 



                 Agora deve ter muita gente não entendendo nada. Afinal, pra que raios serviu essa aula de Física, alguns devem estar pensando. É simples: Perceberam que, para medir a força de um objeto eu tive necessariamente que compara-lo com outro? Não sei se na física a maneiras de medir sem comparar mas, pela lógica, é díficil. 


                 Afinal, não basta só dizer: Tal filme é bom ou tão livro é ruim. É ruim porque? Uma boa resenha geralmente compara a obra resenhada com outra coisa, nem que seja a obra anterior do autor ou do diretor. 

                 Por que é assim que nós funcionamos, nossas avaliações tem que ser através de comparações. Até em metodologia cientifica, em pesquisa de laboratório, tal conceito é válido: Você normalmente pesquisa, analisa, compara e chega a alguma conclusão. E não adianta vir chegar falando que, "descobriram uma nova espécie" sem ter comparado com todas as outras do gênero por que,  se você não comparou não tem como saber!

                 Ai vem um pessoal meio new-age, paz e amor e o escambal que acha que comparar seres-humanos na hora de avaliar é errado. E, pior, ambicionar "ser o melhor" também errado, pelo menos em ambiente didático, de sala de aula. 


                 Não sei o que essas pessoas pensam, se nasceram na Coréia do Norte ou na China (regimes socialistas). O que eu sei é que eu discordo desse papo de "o importante é vocês aprenderem e não serem os melhores". 

                  Somos capitalistas, somos competitivos e somos constantemente avaliados. Que bom seria que todos pudessem ganhar 10 mas não é assim: No mercado de trabalho você será um 10 ou um 9,9 e a diferença de 0,1 pode significar que você o outro conseguiu o emprego e você não.

                  Por que somos avaliados/comparados a todo mundo. Não adianta fingir o contrário. Quanto mais cedo entendermos isso e nos esforçarmos para ser melhores, mais rápido vamos conseguir crescer. Não só financeiramente mas intelectual e social também. 

                 

P.S.: Não estou dizendo que devemos "torturar criancinhas" ou coisa assim. Falo apenas de situações que aconteceram comigo: No ENEM de 2009 o critério de avaliação era o seguinte; a questão que mais gente tivesse acertado valia menos pontos e a questão com menos acertos é a que valeria mais pontos. 
Nesse momento eu não fui avaliada pelo o que eu, Karol Rodrigues, acertei. Fui avaliada pelo o que eu consegui acertar além dos outros.
Eu tinha 17 anos de idade e tinha sacado que meu desempenho também estava relacionado a superar os outros. Estava numa idade razoável e, de certa maneira, foi bom para o meu crescimento. 
                    

                                       
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